CANTOS A PABLO NERUDA

Canto à Pablo Neruda

Carta à liberdade
-- Era eu uma criança triste
pouco a pouco
me tornei um homem melancolico
não compreendia a exigência
não pode isso
não pode aquilo
não pense
não fale
não leia
não escreva
sem pais
sem cidadania
já não via mais nos muros das cidades
" a palavra liberdade".



Canto II

Respondo-te em breve, camarada!
Em breve te respondo, camarada!
Agora ouso, multidões cantarolando versos a Neruda
Meigas donzelas mordem os lábios, incitação
Rapazes correm da policia, apos escrever nos muros da cidade, a palavra liberdade.



Canto III

Ontem fui ao teatro
a peça contava a historia
de um poeta alegre que fumava cachimbo,
adorava as florestas
e sorria para o mar

Ontem fui ao teatro
personagens encenavam a vida dum poeta
que amou as mulheres
indignou-se com as injustiças
falou em defesa de seu povo
e foi convidado a sair de sua terra natal

Ontem fui ao teatro
vi pela primeira vez a voz dum poeta
ser lembrada com maestria
da cochicha alguém saldava o premio Nobel de literatura
ao meu lado uma senhora chilena de uns oitenta anos
sorria entre lagrimas e sussurrava... amado Pablito.

Canto IV

Lembrai-vos do que disse Neruda sobre a Liberdade norte americana

Todos os ditadores
latino-americanos nasceram no seio yankee
Neruda isso ja sabia
emquanto Pinoche cherava po de Escoba
emudecendo vozes amerindias.


Canto V

Vamos

Cantemos loas a liberdade
imprimamos nossos desejos
pelos campos
pelas cidades
nas fabricas da Nick o chicote dobra num lombo chines
0,07 centavos de dolar por tenes fabricado
Neruda previnil o mundo desse mal
a propaganda CNN convençeu o mundo de que um americano
havia pisado na lua, comprovaçao
um rasto, pegada no solo lunar
e mais
uma bandeira tremular mesmo sem atimosfera
acabava assim a corrida pelo espaço
ficando la so o lixo de naves, embaraço
Neruda previnil o mundo desse mal
mais tarde
a industria da gurra cria Bin Laden
pra derrotar a Uniao Sovietica
a te Rambo vai lutar
mais que falta de etica
agora pessequem
matam
jogam no mar a cobra por eles criada
mas
Neruda nao havia previnido o mundo desse mal?

Canto VI

Profecia

um verso que Neruda nao cantou...
- os piores tiranos
ja foram sofistas na italia
os piores canalhas
mandaram na politica la em Roma
hoje tipos carecas
suspensois e arrogancia
disfarçao frigidez
com certa intolerancia
cobiçando o gozo
de quem ama em uma cama

um verso que Neruda nao cantou...
- os piores tiranos
ja foram sofistas la em Roma
hoje a casa branca
neo-imperio romano
mostra sua decadencia
inimigos inventando
continuam assim
arma e guerra vendendo
mais o mundo ja nao
essa corda ta comendo

um verso que Neruda nao cantou
e se nao o fez
nao foi por faltar lhe inspiraçao
mas por nao ter estomago pra tanta sujeira
- Bushe pai Tiberio
Bill Klinto Caligola
Bushe filho Nero
Obama nao se intriga
fica com Musoline
dopois se deprime
feito feto se comprime
quer voltar pra bariga

CANTO VII

Extermino

Abaixo a burrice estética
e a época do baixo astral
por traz da guitarra elétrica
veio a velha ordem mundial
a velha ordem mundial
só é nova pra quem não viu
fogo no estopim quando o Japão explodiu

Angra um e dois lá no Rio
sugando fonte natural
fudendo o céu do Brasil
até já pelaram a serra
e o lucro foi pra Inglaterra

Já teve o ciclo do ouro
da cana
café
cacau
se foi o ciclo do fumo
seringueiras não vê leite la no pau
branco ouro de tolo
agora a soja e o gado
cromo
cobre
ferro
sisal
no lugar da floresta o pasto
no lugar da caatinga...areal

Pages pedem as estrelas
orientação para os lideres brancos
mais estes só pensão besteiras
da cor da gravata à conta no banco.


Nerudiano

rasga meu peito a secura, pranto
sobra-me um infinito canto
que possa acalentar mi vida
se a flor do ramo cai vencida

meu esforço salva humanidades
do tedio vitrificado dos santos
mentira, mais perverso dos encantos
alimenta o ego das vaidades

vejo das cidades a frieza
enquanto vem do campo a certeza
alimento, amor, abrigo, agazalho

há alma que não ame o azul do mar?
numa pequena vila ouvilo sonhar...
ir na floresta ouvir o canario.

29.05.2011

Né Ruda

Neruda poeta meu irmão
Neruda poeta ermano meu
América nortista crê num Deus
do dinheiro e da exploração

América Latina inquieta
seque sem vendas nos olhos a ceta
por justiça, paz e igualdade
homens, mulheres de boa vontade

saem as ruas, pedem mais amor
vão fazendo como o beija-flor
semeando tolerância

se riqueza é qualidade de vida
precisamos percebem a saída
por dias de inocência pra infância.
08.06.2001

Zaia


Da razão da moral e outros sofismas

"a fé é um sustentáculo das humanidades, a religião sua válvula de escape."

Isaías A. de Oliveira

um sopro de desespero
entre brumas vejo sumir no horizonte
as serras de minha terra
as frustraçoes de um idiota
ousou humilar minha amada
minha cabeça coloco a premio
se decido
do energumino os dias findar
na ponta de meu punhal

Zagaia

AGORA
pouco importam os olhares soberbos
pesa sobre minha cabeça O anti- Édipo
deleuze deu luz a felix
Deus É um organismo sem orgãos chamado dinheiro
tudo e produto em estado de putrefação produzindo-se
acho que é chegada a hora de busca o fuzil que guardei por trais da cachoeira

Zagaia

algo comum esta acontecendo dinovo
uma nova crise feudal
acaba de ser lançada na imprensa global
aqui da minha audeia local
vejo a fome de verduras
dar nausias em canibaus
a utilitariedade
o interesse
por nossas fontes naturais
materia prima
ouro
ferro
cromo
petrolio
agua
trabalho e sexo
cobiçado
usurpado
e os artistas de plastico estrelistas
indiferentes a violencia das ruas
e aos traumas sociais.

Zagaia

em Tóquio agora já é amanhã
o que prova que o espaço é menor que o tempo
por mais que corra meu carinho de rolimã
estaremos separados em algum momento

o velho cogumelo radioativo envoca
tusunames
terremotos
terrorismo institucionalizado

no terreiro de candomblé
Gaia busca banho de pipoca e sacudimento
a-to to bá bá Omolu Bálu aê
a mãe terra irritada com tamanha ignorancia

por dois maços de dinheiro e meio minuto de fama
uma qualquer um trafica, abusa e mata ate crianças

Zagaia 03.05.2011

O perdão

O perdão
o perdão não cabe em uma mala
não se embrulha pra viagem
não é questão de coragem
mas se esconde em uma fala

me perdou?
pela lorpa que me envolve
quando penso-me superior.
perdou-te pela indiferença com que mim tratas.
quando meus pés coçam com saudades da estrada
seu olhar narciso no espelho nunca disse nada
amizade
ódio
mentira
amor
verdade
amor
sentença cruel?
- mais fácil um camelo passar no fundo de uma agulha, que um espírito soberbo entrar nos reinos do céus.

Zagaia

idade anal ou vicio de comer merda

donde submergi o sal sob a agua
na panela que descansa
sobre o fogo
vejo na memória da infância o vicio
" de cidades criando artistas com dimensões tamanhas
depois não os suportando no seu dia a dia"*
vejo na memória da infância
a célula criadora de vicios
o vídeo geimes
o não esporte
o não jogo
o vídeo jogo
o primeiro vicio
vicio de humanidades seguidoras de disputas
ao invés das compreensões.

Zagaia 28.05.2011

* A frase não me pertence